segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sala de Aula

O trabalho com variados recursos didático- pedagógicos, que possibilitem os alunos interação com diversos conceitos principalmente os manipulativo que são mais observáveis e concretos para os alunos, torna a sala de aula um lugar onde a aprendizagem se torna mais significativa e eficaz.
“Diferentemente do que diz o senso comum, para quem a aprendizagem é um processo passivo, Piaget (1976, p.37) insiste na idéia de que conhecimento é ação, transformação e estabelecimento de relações, pois, “conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo, aprendendo os mecanismos dessa transformação, vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é, pois, assimilar o real às estruturas de transformações”.
É muito importante na sala de aula o desenvolvimento do trabalho com as mais variadas formas dos alunos construírem os conceitos através de objetos reais, objetos virtuais, desenhos, produções textuais entre outros. Pois dessa maneira os alunos têm oportunidade de manipulação livre a fim de conhecer o objeto, operar com suas propriedades, ocorrendo também as trocas de idéias no grupo, onde o papel do professor é de mediador.
Assim nas atividades cotidianas o que faz a diferença é a intervenção do professor ou a sua intencionalidade pedagógica. Pois ele precisa conhecer a maneira de pensar da criança a fim de fazer intervenções adequadas para possibilitar que os alunos confrontem suas hipóteses, desequilibrando-se cognitivamente. Então a partir de sua ação sobre o objeto possam estabelecer conexões entre o que sabem e o novo e dessa maneira construam assim um novo conhecimento. Assim também, os alunos irão aos poucos conquistando a tão desejada autonomia intelectual. Segundo Piaget, os adultos estimulam o desenvolvimento da autonomia intelectual da criança quando trocam pontos de vista com a criança, sendo fundamental a interação entre professor e aluno. De acordo com Piaget a aprendizagem acontece a partir da ação do sujeito, podendo ser física ou mental.
“É importante conhecer a psicologia da criança para fazer a escolha pedagógica. O conhecimento não é dado, simplesmente, pela hereditariedade, tampouco provém do mundo por força de uma cópia. Ao contrário, resulta de uma síntese das relações do sujeito com o seu mundo, através da ação.”

“Uma escola ativa não é necessariamente uma escola de trabalhos manuais [...] A atividade mais autêntica de pesquisa pode manifestar-se no plano da reflexão, da abstração mais avançada e de manipulações verbais, posto que sejam espontâneas e não impostas com o risco de permanecerem parcialmente incompreendidas” (PIAGET, 1976, p.74).
Diante de situações problemas onde os alunos encontram significado e podem se envolver usando a criatividade através de um trabalho de equipe, cooperação, respeito e solidariedade, os objetivos propostos serão alcançados com um maior êxito.
“A aprendizagem, segundo Piaget, não se esgota no conceito de aprendizagem no sentido estrito (experiência física); é necessário alargar esse conceito, introduzindo o processo de equilibração ou condição prévia de toda aprendizagem no sentido estrito, ou seja, a experiência lógico-matemática: constrói-se, assim, o conceito de aprendizagem no sentido amplo (lat. s.) no qual verifica-se a nítida submissão da aprendizagem propriamente dita ao processo de desenvolvimento” (BECKER, 1985, p.125).
Os trabalhos realizados em grupos, oportunizam a livre experimentação aparecendo o erro, o acerto idéias espontâneas. Onde os alunos interagem entre si, ocupando uma posição mais ativa em que suas ações, operações e construções de novos conhecimentos sejam oportunizadas, incentivadas, respeitadas e reconhecidas pela turma.
Piaget em seus estudos aprendeu muito através da observação dos seus filhos e também de outras crianças, percebo também que o professor pode aprender bastante observando seus alunos e ir de encontro com muitas teorias estudadas compreendendo-as melhor.


Referências

PIAGET, Jean. O desenvolvimento mental da criança. In: Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1986.

BECKER, Fernando. Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos. In: Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: ARTMED,2001.

BECKER, Fernando. O que é construtivismo In: Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: ARTMED,2001.

MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Epistemologia Genética e Construção do Conhecimento.

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