Indicadores de Gestão Escolar

No primeiro trabalho realizado na interdisciplina de Organização do Ensino Fundamental foi um exercício muito interessante para mim. Após as leituras sugeridas preenchi o Quadro de Indicadores de Gestão sem maiores dificuldades, recortando os indicadores e colando-os nos seus devidos lugares (gestão democrática ou gestão patrimonialista) no quadro. Sendo 17 indicadores (nove deles caracterizavam um tipo de gestão escolar e oito deles o outro).

Penso que além das leituras realizadas, que foram muito importantes, a minha caminhada no magistério também contribui na realização deste trabalho, realizando um diálogo entre teoria vivência docente.

INDICADORES DE GESTÃO DEMOCRÁTICA E GESTÃO PATRIMONIALISTA

Gestão democrática	Gestão patrimonialista
►UTILIZAÇÃO DA ESCOLA COMO ESPAÇO PÚBLICO	►UTILIZAÇÃO DA ESCOLA COMO ESPAÇO PRIVADO
►EXISTÊNCIA DE INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL DO PODER NA GESTÃO DA ESCOLA	►INEXISTÊNCIA DE INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL DO PODER NA GESTÃO DA ESCOLA
►ACESSO DA COMUNIDADE ESCOLAR ÀS DECISÕES NA GESTÃO DA ESCOLA	►UTILIZAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA PARA OBTER ACESSO PRIVILEGIADO ÀS DECISÕES
►TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS	►AUSÊNCIA DE TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS
►CRITÉRIOS IMPESSOAIS, OBJETIVOS E UNIVERSAIS NA GESTÃO DOS RECURSOS DA ESCOLA	►CRITÉRIOS PESSOAIS E/OU PARTICULARISTAS NA GESTÃO DOS RECURSOS DA ESCOLA
►ACESSO À INFORMAÇÃO PELA COMUNIDADE ESCOLAR	►BUROCRATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
►MEDIAÇÕES INSTITUCIONAIS ENTRE SECRETARIA DE EDUCAÇÃO, CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E ESCOLA	►AUSÊNCIA DE MEDIAÇÕES INSTITUCIONAIS ENTRE A ESCOLA E ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS DO SISTEMA DE ENSINO
►EQUIVALÊNCIA ENTRE DECISÕES E REALIDADE SOCIAL DA ESCOLA	►DISPARIDADE ENTRE AS DECISÕES E A REALIDADE SOCIAL DA ESCOLA
	►UTILIZAÇÃO PESSOAL E/OU PRIVADA DE INFORMAÇÕES SOBRE A GESTÃO ADMINISTIVA, FINANCEIRA E PEDAGÓGICA DA ESCOLA

QUADRO BASEADO EM: BATISTA, Neusa Chaves (2002). Democracia e Patrimonialismo: dois princípios em confronto na gestão da escola pública municipal de Porto Alegre. POA/UFRGS/PPGS (Dissertação de Mestrado)

Após colar cada um dos indicadores no quadro, foi solicitado escolher um indicador de gestão democrática e um indicador de gestão patrimonialista compará-los e escrever, por que motivo são práticas de gestão escolar incompatíveis.

Então escolhi: TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS – Indicador de Gestão democrática e AUSÊNCIA DE TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS- Indicador de Gestão patrimonialista.

A questão da Gestão Democrática, orientada pela LDB, onde todas as escolas da rede pública devem priorizar a participação de toda a Comunidade Escolar, com todos os segmentos que a compõem: professores, pais, alunos, funcionários. Tarefa que cabe ao grupo gestor colocar em prática, abrange vários itens que devem ser levados em conta para que esta se efetive.

A Gestão Democrática é uma das formas de se organizar a escola, de se conseguir a qualidade na educação pública. Não se trata só de reunir os grupos e fazer assembléias, onde o gestor de escola é o centralizador, trazendo soluções prontas para se garantir a Democracia dentro da escola. É preciso que realmente as pessoas da comunidade sejam ouvidas.

Quando se diz que uma determinada ação é democrática é porque realmente se fez uma tomada de decisão conjunta, onde todos os segmentos foram escutados e suas falas serviram para orientar as ações do gestor.

Para que uma gestão seja considerada Democrática, ela precisa antes de mais nada Ouvir sua comunidade e não apenas ouvir, mas atender as suas reivindicações, os seus anseios, colocando em prática o que a comunidade reivindica

Quando a escola propõe uma ação democrática, chamando a comunidade para as decisões, ela também precisa dar o retorno para a mesma de uma maneira transparente, tornando os processos de decisões confiáveis para que a comunidade sinta que vale a pena participar.

Um exemplo de tomada de decisão conjunta com a comunidade seria na forma de gerenciar os recursos financeiros. Se o gestor priorizar a participação da comunidade ele criará mecanismos de participação onde a comunidade contribui dando opinião a respeito de onde e como as verbas devem ser aplicadas.

Em assembléia, ou em reunião com os segmentos, serão colocados os recursos e as necessidades da escola, o que a comunidade julgar mais importante para a escola, sugerindo tomadas de preços, indicando locais de compra, enfim participando do conjunto de decisões. Após, o gestor será o responsável implementar o que foi discutido, aplicando como foi decidido pela assembléia.

Dando continuidade ao processo o gestor irá comunicar os resultados , amplamente divulgando a comunidade o que foi discutido, o que foi possível realizar e os resultados finais.

O processo dessa maneira é melhor porque a comunidade irá entender melhor os problemas que a escola enfrenta, as dificuldades ocasionadas pelos poucos recursos e os reais motivos de muitas vezes a escola pública não poder atender com melhor qualidade.

Se a comunidade tem participação garantida por uma gestão poderá enfrentar com mais segurança os desafios da educação, respeitando a opinião de todos, fazendo parte de uma escola Democrática. Em uma gestão democrática a comunidade se sente integrada valorizando mais a escola.

A prestação de contas é um indicador muito importante, capaz de diferenciar uma gestão democrática de uma patrimonialista.

Um gestor que resolve as tomadas de decisões em gabinete, decidindo tudo conforme, melhor lhe convém, não havendo consulta a comunidade escolar e muito menos uma prestação de contas a essa comunidade, não pode ser chamado de democrático, pois sem transparência poderá haver manipulação do dinheiro público. A ausência de transparência na prestação de contas afasta a participação e o vínculo da comunidade escolar e o gestor aparece como manipulador do bem público, como alguém que não demonstra transparência nas suas ações.